terça-feira, 6 de setembro de 2016

Eu nasci mulher
Ou me fizeram mulher?
Disseram pra minha mae
É menina
Menina usa rosa
Brinca de casinha....
Fecha essa perna!
Larga essa bola
 é coisa de menino
Mãe me dá esse carrinho?
Onde ja se viu?!
Você é uma mocinha
Arruma esse cabelo
Larga essa pipa
Coloca uma blusa
Parece um moleque
Vai brincar com as meninas
CHOREI
Cresci...
Psiu
Psiu
Heinn?!!!
Que mulherao
Ô la em casa
Gostosa
Delícia
CHOREI...
Sabe cozinhar?!
Já pode casar
Cade os namoradinhos?
Quer ter quantos filhos?
CHOREI...
Nasci com vontade
Quando me perguntavam o que eu queria ser quando crescer
Eu dizia: Quero voar
Tenho sede do mundo
Minha casa
Faço a cada lugar que
Me deixo
Que estou
Você me ver?
Você me ver?
O que eu sou?
Sabe o que é ser?
Eu sou humana
Eu sou humana
Eu sou humana
Mas me fizeram mulher.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

O amor é azulzinho

É de manhã,
com meus olhos entre abertos
Lhe vejo...
Teus olhos 
sorriem para mim
Pronto,
amanha(céu)
dentro de mim!
Com você,
Ando meio desligada,
ligada à ti...
Que mal consigo
me desvencilhar 
dos teus infinitos
Me reviro toda
Teu toque
está para além
de minha pele
Você toca minh'alma, menino
Marca teus instantes
eternos em mim
Em teu peito
encontro meu aconchego,  
esconderijo.
Em meio ao caos
vivemos 
Uma trégua
com nosso amor
Que é
Gostoso demais!
Tu é visceral,
gera um rebuliço
dos grandes
Quando nossos braços
se encontram e
nosso abraço se faz
Não há lugar que eu
não queira estar
Se não, ali
Voando junto de ti.

sábado, 11 de junho de 2016

Entardecer:

Não tarda
em meu
Ser
A angústia
faz carnavalia
Esses sentires...
Que nada são
Mas que em tudo
me apetecem tanto
Quanto aos meus 
Infinitos
Se tudo sinto
Nessa imensidade
me perco
Ser intensa
Inteira
Ser
Não me leve à mal
Mas até nos vazios
Transbordo. 

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Somos raízes

Somos milhares
Mulheres
Nao venha me dizer que nossa luta é banal
Se todos os dias
Tem uma de nós no jornal
Uma foi, todas vão...
Morremos
Mas juntas renascemos
Nossa luta é árdua
Sangramos todos os dias
Com a repressão,desrespeito descarado, desamor
Somos o amor
O amor materializado
Vaso frágil?
Jamais.
Somos potência
Geramos vida
Doamos nosso corpo
para que uma nova alma chegue à terra
Nossa força
É visceral
Parte do âmago
Até nosso silencio tem som
e ecoa.
Nosso pranto
Está cravado para além da pele
Nossa poesia
transborda pelos olhos
Temos uma fera embutida na  vagina
Somos instintos
Continuidade
Reticências
Resistência!

quinta-feira, 3 de março de 2016

Solitude.

Queria que minha voz tivesse 
formato de canto
Para compor meus silêncios
em palavras
Apenas o vazio me tem por completa
A minha liberdade vive presa
dentro de mim
Os paradoxos correm em minhas veias
Procuro a beleza,
mesmo nos dias que tudo
leva-me a crer que ela não exista
O desapercebido
me cativa
Meu tempo é agora
O que passou inexorável
minha calma tem pressa
A cada queda
Renuncio!
Faço saudades todos os dias
Às vezes sou primavera
Outras,
 tempos de desertos
Transbordo nos olhos
toda minha historia
A parte doce
É transformar
 P(r)o(bl)emas

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Alado


Com flores na alma e no corpo
Floresci em meio ao asfalto
Ao mar de críticas não mergulhei
Meio fauna, meio flora
Fechar
Abrir
Trancar
Escancarar
É sempre MINHA
a decisão!
Nem "Psiu"
Nem "Oh lá em casa"
Meu corpo
é meu templo,
minha casa...
Não é objeto,
nem  perdição
E fica só ao
MEU critério 
permitir ou não,
você penetrar
em meus mistérios...
Decifra-me? Não!
Quero ver se você é capaz
de me fazer gozar pela alma.